Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

A falsa dicotomia entre a preservação da vegetação natural e a produção agropecuária, artigo de Luiz A Martinelli , Carlos A Joly , Carlos A Nobre , Gerd Sparovek

Publicado em setembro 13, 2011 por HC
Este artigo mostra através da análise de dados censitários sobre uso da terra no Brasil que a possível dicotomia entre a preservação da vegetação natural e a produção de alimentos na realidade não existe. Demonstramos que o Brasil já tem uma área desprovida de vegetação natural suficientemente grande para acomodar a expansão da produção agrícola. Demonstramos também que a maior expansão se dá nas áreas ocupadas pelas chamadas culturas de exportação ‘soja e cana-de-açúcar’ e não propriamente nas áreas ocupadas por arroz, feijão e mandioca, que são consumidos de forma direta pelo mercado nacional.

Pelo contrário, a área colhida de arroz e feijão tem inclusive decrescido nas últimas décadas, enquanto a área colhida de mandioca encontra-se praticamente constante há quadro décadas. Os maiores entraves para a produção de alimentos no Brasil não se devem a restrições supostamente impostas pelo Código Florestal, mas, sim, à enorme desigualdade na distribuição de terras, a restrição de crédito agrícola ao agricultor que produz alimentos de consumo direto, a falta de assistência técnica que o ajude a aumentar a sua produtividade, a falta de investimentos em infraestrutura para armazenamento e escoamento da produção agrícola, a restrições de financiamento e priorização do desenvolvimento e tecnologia que permita um aumento expressivo na lotação de nossas pastagens.

Luiz A Martinelli
Universidade de São Paulo – USP
Centro de Energia Nuclear na Agricultura ? CENA, Av. Centenário, 303, CEP 13416-000, Piracicaba, SP, Brasil
email: martinelli@cena.usp.br


Carlos A Joly
Universidade Estadual de Campinas – IB – UNICAMP
Departamento de Biologia Vegetal, Barão Geraldo, 13081-970 – Campinas, SP ? Brasil

Carlos A Nobre
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CST). INPE – CSTAv. dos Astronautas, nº 1758, Jardim da Granja, 12227-010 – São Jose dos Campos, SP ? Brasil

Gerd Sparovek
Departamento de Ciência do Solo . Escola Superior de Agricultura ?Luiz de Queiróz?
Avenida Pádua Dias 11, 13416-000 ? Piracicaba, SP ? Brasil
Martinelli, L.A.; Joly, C.A.; Nobre, C.A. e Sparovek, G. A falsa dicotomia entre a preservação da vegetação natural e a produção agropecuária. Biota Neotrop . Oct/Dec 2010 vol. 10, no. 4. http://www.biotaneotropica.org.br/v10n4/pt/abstract?point-of-view+bn00110042010 ISSN 1676-0603


leia o estudo na íntegra aqui


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