Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Plataformas do Mar do Norte derramam petróleo semanalmente

Documentos agora revelados pelo jornal inglês Guardian desmentem a propaganda das petrolíferas quanto à segurança das plataformas. Nos últimos dois anos houve pelo menos 100 derrames potencialmente letais, mas poucos vieram a público.

Artigo
6 Julho, 2011 - 11:41

""Temos tido muita sorte em não ter acontecido outro acidente com muitas mortes. Estivemos lá perto em várias alturas. Muito, muito perto", diz o responsável sindical do sector. Foto Tuftronic10000/Flickr Estes documentos revelam a existência dos derrames nas declarações feitas pelas petrolíferas ao Health and Safety Executive, o regulador independente para a segurança do trabalho nas ilhas britânicas. As empresas que operam no Mar do Norte são obrigadas a declarar os acidentes para uma base de dados constituída após o acidente de Julho de 1988 que matou 167 trabalhadores na plataforma Piper Alpha.

As duas plataformas petrolíferas onde se registaram mais derrames pertencem à Shell e à Total. A primeira é responsável pela plataforma Brent Charlie, a funcionar desde 1976, e que é onde ocorreram mais derrames. Apesar da empresa ter parado de tirar petróleo dali em Janeiro, justamente por problemas de segurança, o regulador ameaçou na passada sexta-feira fechar outras actividades em curso na plataforma.

A Shell está particularmente na mira dos que combatem a poluição, até porque a propaganda da empresa diz que a segurança é a preocupação nº 1. Há cinco anos, a justiça afirmou que a empresa podia ter evitado a morte de dois trabalhadores naquela plataforma, se tivesse reparado a tempo uma fuga na conduta. Segundo o Guardian, nessa altura um dos altos responsáveis da Shell confessou ao jornal que os relatórios de manutenção eram falsificados pela empresa e os procedimentos de segurança eram simplesmente ignorados nas suas actividades no Mar do Norte.

Outras empresas no top dos derrames do Mar do Norte são a dinamarquesa Maersk e a canadiana Talisman, com cinco fugas cada. A plataforma Mungo Etap, detida pela BP, foi responsável por quatro derrames.

"Temos tido muita sorte em não ter acontecido outro acidente com muitas mortes. Estivemos lá perto em várias alturas. Muito, muito perto. Nalguns casos é mais sorte que boa gestão. Algumas empresas estão-se lixando", disse ao diário inglês o secretário-geral do sindicato que representa os trabalhadores das plataformas do Mar do Norte. Já o representante da indústria prefere recordar que "as companhias já acordaram no ano passado redobrar esforços para reduzir o número de derrames a metade em três anos, e muitas delas estão a incluir esse objectivo nos seus planos de negócios".

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