Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Na abertura da COP-16, buscam driblar o pessimismo em torno de uma solução climática

Plantão Publicada em 29/11/2010 às 17h39m
Catarina Alencastro, enviada especial

CANCÚN - Começou nesta segunda feira a 16ª Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-16) em Cancún, no México. Nos discursos de abertura do evento, que acontece um ano após a fracassada tentativa de acordo em Copenhague (COP-15), o tom era de se buscar a retomada do engajamento dos paises no combate ao aquecimento global. O Nobel de Química Mário Molina, um dos primeiros a falar, apontou que adiar as ações para reverter o problema que vem causando, segundo cientistas, tragédias ambientais com mais frequência, vai resultar em um custo ainda mais alto para os paises.

- Adiar ações custara mais e representara maior prejuízo para as gerações futuras do que agir agora. As consequências serão irreversíveis - avisou, citando o derretimento das geleiras e a desertificação da Amazônia.

Outro cientista a falar, o presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), braço cientifico da ONU, Rajendra Pachauri, citou as evidências demonstradas pelo ultimo relatório do grupo, que aponta a atividade humana como causadora do aumento de emissões de gases-estufa e a consequente mudança no clima do planeta. Ele afirmou que se a temperatura da Terra subir mais do que entre 1.,5 o C e 2,5 o C, entre 20% e 30% das espécies de plantas e animais que existem hoje poderão entrar em grande risco de extinção. Se chegarmos a esta temperatura, disse, os oceanos podem subir ate 1,4 metro, impactando significativamente ilhas e cidades costeiras. Desde o período pré-industrial ate agora, a temperatura global já subiu 0,8o C.

O anfitrião do evento, presidente mexicano Felipe Calderon, fez um apelo para que os negociadores de 194 paises que estão reunidos em Cancun cheguem a um acordo para mudar os rumos da crise climática. Ele disse que a humanidade toda esta os assistindo e as futuras gerações irão cobrar, caso eles falhem em alcançar um resultado. Sua fala foi feita para tentar atenuar o pessimismo que ronda a reunião. Poucos esperam que os paises desenvolvidos fechem um consenso sobre metas de redução de CO2 a partir de 2013, quando o Protocolo de Kyoto, que fixa esta obrigação, expira.

- Será uma tragédia que nossa incapacidade nos leve a falhar. Neste terreno não pode haver rivalidades porque o desafio e comum. Só há uma espécie humana e um planeta Terra - ponderou.

A presidente da Convenção, Christiana Figueres, chegou a pedir para que os deuses maias ajudem os negociadores a encontrar uma solução. A COP-16 acontece ate o dia 10 de dezembro.

Um comentário:

  1. Senhores:
    Só temos um planeta Terra e um Jardim Botânico na cidade do Rio de Janeiro.
    Gostaria de saber o que os Senhores acham da ocupação regular ou não de tantas famílias numa área que é considerada desde 1991, pela UNESCO uma Reserva da Biosfera.
    Entendi que de 1975 a 2010 houve um aumento considerável de casas no Horto Florestal, dentro da Reserva e gostaria de sugerir respeitosamente que este assunto fosse discutido.

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