Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Inpe: desertificação no Semiárido é inevitável >>> Ecodesenvolvimento

10 de agosto de 2010 • 16h05 • atualizado às 16h11
As mudanças climáticas potencializarão a vulnerabilidade do processo de desertificação do Semiárido nordestino, afirmou na segunda-feira, 9 de agosto, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara. Ele não acredita que a transposição de águas do Rio São Francisco e os açudes conseguirão amenizar o problema da desertificação, uma das consequências do aquecimento global.

"Há uma tragédia anunciada no mundo e estamos todos perplexos ante a incapacidade de mudar o clima, enquanto os países mais desenvolvidos, que são os mais poluidores da atmosfera, como é o caso dos Estados Unidos, não assumem abertamente compromissos para reduzir os efeitos, mesmo em longo prazo", criticou Câmara. Segundo o diretor do Inpe, as regiões polares e tropicais são as que mais sofrerão as consequências nos próximos anos.


Na concepção de Gilberto Câmara, o Semiárido é a região do país que merece mais atenção em relação aos impactos do aquecimento global. O diretor do Inpe participou de um evento em Brasília que culminou na assinatura de um acordo de cooperação entre o instituto e o Ministério do Meio Ambiente, no qual está prevista a criação de um sistema de alerta precoce de secas e desertificação no Semiárido nordestino.

Durante o encontro, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu a adoção de políticas públicas destinadas ao Semiárido para os próximos dez anos, a fim de amenizar os efeitos negativos das mudanças climáticas. Segundo a ministra, a Caatinga já perdeu 50% da cobertura original. "É necessário, pelo menos, tentar evitar que a situação se agrave ainda mais", acrescentou ela, ao destacar a necessidade de investimentos dos bancos públicos na área.
Alimentos
A ministra também lembrou que a demanda por alimentos no país nas próximas décadas estará condicionada ao uso sustentável dos recursos naturais. ¿Sem água não haverá energia nem agricultura." Ela criticou a falta de engajamento dos prefeitos nas discussões sobre sustentabilidade do meio ambiente, considerada por ela "crucial em um momento em que o tema desperta a atenção no Brasil e no mundo inteiro". Para Teixeira, os gestores municipais, "quando fazem suas marchas a Brasília, não trazem na sua agenda assuntos de interesse do meio ambiente".

Izabella Teixeira ressaltou que tratar do assunto de forma estratégica é fundamental, dada a importância para a produção de alimentos, a geração de energia e a redução de desastres naturais, como as enchentes ocorridas em Alagoas e Pernambuco em consequência de chuvas, que também tiveram exemplos drásticos em outros pontos do planeta, como no Paquistão.

A Organização das Nações Unidas (ONU) lançará oficialmente no Brasil a Década sobre Desertos e de Combate à Desertificação, durante a abertura da segunda Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Áridas e Semiáridas (Icid 2010), que será realizada em Fortaleza (Ceará) nos dias 16 a 20 de agosto

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