Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Desenvolvimento econômico sustentável dos setores de base florestal e de geração de energia é discutido por experts em São Paulo >>> Portal Fator

Nova ordem econômica, contribuição social e inovação tecnológica dos setores foram temas abordados .
Em um dia cujo foco foi o futuro dos setores de base florestal e de geração de energia e o que eles têm feito para o desenvolvimento sustentável do país, a sustentabilidade e seus três pilares, o financiamento para os setores e a tecnologia necessária foram foco de diálogo entre especialistas de empresas como HSBC Seguros e Silviconsult com organizações como Caixa BR Woods, e BNDES.

O HSBC Seguros, por meio de seu presidente, Fernando Moreira, alertou para o fato dos critérios ambientais estarem sendo cada vez mais decisivos na concessão de crédito pelos principais bancos do país e do mundo. Para ele, “a questão que o mercado financeiro se faz é em relação ao papel da indústria da madeira para a sustentabilidade e se nós seremos a causa ou não do nosso desenvolvimento ou da nossa extinção”.Ele continua: “não é uma questão de tecnologia como faremos mais com menos, e sim uma questão de como é que será sustentado uma população que chegará a 9 bilhões de habitantes no planeta, até 2050, com este padrão de consumo. Portanto, a questão a ser adotada é como será o novo padrão de consumo que as pessoas irão adotar e até onde uma sociedade que faz consumo inconsciente irá sobreviver.”

A Caixa BR Woods e o BNDES apresentaram suas linhas de crédito para estimular o crescimento dos setores.

Para o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas, Fernando Henrique da Fonseca, “o financiamento ainda continua sendo um dos pontos fracos do nosso setor”. Para ele, uma outra questão nevrálgica é o desconhecimento sobre o que os setores de base florestal e gerador de energia fazem, pois “fala-se muito sobre os males das nossas atividades, mas quase sempre sem se saber do que está falando. Por exemplo, dizer, no Brasil, que imprimir é cortar árvore é um grande absurdo, pois 100% do papel que usamos aqui é proveniente de florestas plantadas ou de processos de reciclagem. “É uma bobagem que a internet ajuda a difundir”.

Alexandre Nunes Villar gerente do Departamento de Indústria de Papel e Celulose do BNDES, analisou as Tendências de Crescimento para os segmentos de Florestas, Papel e Celulose no Brasil. Segundo ele a posição competitiva brasileira no setor de floresta é bastante positiva basicamente em função do relevo e da disponibilidade da água e de luz que o nosso clima oferece. Associado a isso também tem a questão dos investimentos realizados pelas empresas visando obter a maior produtividade florestal possível. O resultado desses dois fatores se destaca pela produtividade florestal do Brasil, sendo bastante superior a dos nossos concorrentes mais próximos. Já na questão sobre celulose, Villar destaca que a sua produção também é bastante positiva basicamente em função da produtividade florestal e da grande disponibilidade de áreas para plantio.

A contribuição social do setor florestal brasileiro e a relação entre a sociedade e o desenvolvimento empresarial foi tema do diálogo entre Carlos Augusto Lira Aguiar - presidente da Fibria e Paulo Sergio Scoleze Ferrer - engenheiro empresário diretor da YPAB Dampers International e professor de pós-graduação e MBA do IMT. Para Lira, “o setor usa pouca terra, mas com um alto índice de produtividade e importante geração de PIB”. Ele exemplifica que “nos últimos anos, a Fibria passou da produção de seis toneladas de celulose por hectare para 11 e queremos chegar a 14, ou seja, mais celulose por hectare.” Lira ainda apresentou dados que co A questão dos reflorestamentos também esteve presente durante essas apresentações. Com o tema Fundo de Investimento para Reflorestamentos, Eduardo Barreto, diretor da BRWoods, apresentou o FIP Caixa BRWoods Florestal, um instrumento novo e muito importante nesse mercado, que necessita de recursos em volumes bastante elevados. “O que está sendo divulgado até agora é modesto em relação as necessidades competitivas em nível mundial”.

Barreto, em sua apresentação, transmitiu qual é a viabilidade do FIP (Fundo de investimento em Participações) em concretizar sua missão de “oferecer aos investidores retornos de longo prazo estáveis, diversificados e altamente atrativos. Queremos fornecer aos parceiros corporativos do Fundo, de acesso ao capital para expansão do seu negócio principal e executar investimentos responsáveis via projetos sustentáveis com a adequabilidade florestal”.

Um dos principais objetivos das parcerias corporativas, segundo Barreto, é de que se possibilite aos industriais o destaque das áreas florestais e que essas sejam cuidados por aqueles que têm a possibilidade e o interesse dos retornos adequando ao seu desenvolvimento. “Para isso, essas parcerias corporativas pretendem ser desenvolvidas com arcabouço jurídico e uma série de contratos que estão cobrindo a própria área de compras, de fornecimento de madeira e de manejo florestal. Esse processo foi desenvolvido, está aprovado, em execução e a gente espera que ele garante a matéria-prima da indústria e que liberem dos sócios, o capital na indústria para focarem no seu negócio principal.

Na discussão final desse painel, Jefferson Bueno Mendes, diretor da Silviconsult forneceu informações sobre o rearranjo da produção e dos mercados de produtos de base florestal e da geração de energia da madeira em nível mundial. Sua apresentação foi fundamentada em três conceitos básicos: Mercados, Mudanças e Estratégia, com o objetivo de resgatar o sentido do termo “estratégia” como forma de ler o que está acontecendo agora para saber o que virá pela frente, possibilitando que se trace os novos e mais adequados cursos de ação.

“Para entendermos o que está acontecendo agora é importante analisar a Evolução do Negócio Brasileiro que durou entre as décadas de 1960 e 1980; passando pela Consolidação do Negócio Florestal, durante as décadas de 1990 e 2000 e segue até hoje, com a Operação de Classe Mundial, entre as décadas de 2000 até hoje. Com base nesse contexto a pergunta que temos hoje é que futuro vai decorrer dessa Operação de Classe Mundial”.

Já Paulo Sergio Ferrer, diretor da YPAB Dampers International, afirmou que “uma sociedade só evolui, quando os indivíduos adotam uma postura semelhante e no caso do desenvolvimento sustentável acontece o mesmo. A concorrência e o egoísmo podem ajudar individualmente, mas não toda a sociedade”.

Sob o tema “Inovação, desenvolvimento de produto e processos na indústria de Base Florestal e Geração de energia” foram abordadas as questões do biocombustível a partir de grãos, cana-de açúcar, o etanol de segunda geração, o etanol termoquímico, e o biohidrogênio, entre outros. A Petrobras Biocombustíveis, representada por João Norberto Noschang Neto, apresentou seus projetos para os próximos anos e investimentos em P&D, que incluem as biorefinarias, que, segundo Norberto, “são um conceito cada vez mais presente no dia a dia da Petrobras Biocombustíveis.

Mantendo o foco nas biorefinarias, Francides Gomes da Silva Jr., professro da ESALQ, chamou a atenção para a importância das biorefinarias para o setor de base florestal: “ampliar as possibilidades de produtos”. Explicando o quadro de matérias primas para a biorefinaria, ele d Realidade brasileira – o principal produto ainda é a celulose de mercado. É difícil dizer que as fábricas vao mudar para biorefinarias.

Segundo Gomes da Silva Jr., “na realidade brasileira, o principal produto ainda é a celulose de mercado. É difícil dizer que as fábricas vao mudar para biorefinarias”. “A nossa biorefinaria poderia começar no campo, onde poderíamos ter sistemas florestais que dariam óleo e biodiesel, ao plantarmos mamonas e grãos no meio das florestas”, continua ele.

No momento do fechamento deste release apenas havia se iniciado o painel sobre o Código Florestal Brasileiro, com a presença de Mário Mantovani, diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica e o deputado Aldo Rebelo.

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