Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

WWF lança programa de redução de gases de efeito estufa no Brasil /// O Globo

Publicada em 09/04/2010 às 14h01m
Marcelle Ribeiro
SÃO PAULO - Para engrossar o time de 21 empresas que devem deixar de lançar, juntas, até o fim do ano, 14 milhões de toneladas de gases de efeito estufa para a atmosfera, a WWF-Brasil lançou oficialmente nesta sexta-feira no Brasil o programa Defensores do Clima. A quantia equivale às emissões da Bolívia e também de São Paulo.

A organização não-governamental quer que as empresas brasileiras se comprometam a assumir metas de redução de emissões de carbono em seus processos produtivos. O programa já existe em outros países do mundo desde 1999, e conta com participantes como Coca-Cola, IBM e Sony.

No Brasil, a companhia de cosméticos Natura foi a primeira (e por enquanto única) a aderir, e se comprometeu a reduzir em 10% o lançamento de gases causadores do efeito estufa em seu processo produtivo até 2012, com base em 2008. Para isso, pretende substituir o combustível fóssil (principais responsáveis pelo aquecimento global) em seus fornos por biomassa e etanol. Além disso, fará com que toda sua frota de veículos seja movida a etanol.

Mas a própria WWF sabe que atrair empresas interessadas em participar pode não ser fácil. Isso porque as metas a serem atingidas não são relativas, que utilizam um parâmetro variável como a receita da companhia, mas sim absolutas, que estabelecem reduções a partir de um parâmetro fixo como um ano. Na prática, metas absolutas de redução de gases significa que as empresas terão que aceitar restrições ao seu crescimento, mas ao mesmo tempo vão contribuir mais para o meio ambiente.

- A nossa meta é difícil, mas é plenamente possível. Você tem o dilema de crescer, mas reduzindo as emissões - disse o diretor de Sustentabilidade da Natura, Marcos Vaz.

O superintendente de Conservação da WWF-Brasil, Carlos Alberto Mattos Scaramuzza, disse que a ong quer atrair principalmente grandes emissoras brasileiras de gases, mas qualquer tipo de empresa pode aderir.

- Tem setores que têm muita emissão no Brasil, como de cimento, floresta plantada, papel, construção e agrobusiness - explica.

Scaramuzza acredita que o mais provável é que empresas que já têm um histórico de atividades de preservação do meio ambiente participem do programa.

Pelo projeto, a empresa estabelece a sua meta e tem que cumpri-la em até sete anos. Segundo Scaramuzza, há vários motivos para as companhias brasileiras aderirem.

- As motivações são diversas. Passam pela pressão do consumidor, pois as empresas que têm muita exposição, que exportam muito, vão ser cada vez mais cobradas por isso. Quem tomar a liderança vai ter a vantagem competitiva de consolidar a sua marca, a imagem da sustentabilidade e oferecer um produto atendendo a demanda do cliente.

O superintendente de Conservação da WWF-Brasil explicou que as empresas podem escolher entre várias maneiras de diminuir a emissão de gases, e citou a Nokia, que fez isso ao conseguir maior eficiência nos seus carregadores de celulares e a Tetrapak, que aumentou o número de teleconferências feitas por seus executivos, evitando viagens.

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