Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Camargo Corrêa e Odebrecht desistem de Belo Monte /// Estadão

REUTERS

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO - Os grupos Camargo Corrêa e Odebrecht anunciaram nesta quarta-feira que desistiram de participar do leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, Pará. As empresas citaram ausência de condições econômico-financeiras que permitissem a participação no leilão.
"Após análise detalhada do edital de licitação da concessão, assim como dos esclarecimentos posteriores fornecidos pela Aneel, as empresas não encontraram condições econômico-financeiras que permitissem sua participação na disputa", informaram as empresas em nota.

O governo estipulou preço-teto da tarifa de 83 reais o megawatt-hora para a usina de Belo Monte, que terá capacidade para gerar 11 mil megawatts, a terceira maior do mundo. O preço foi criticado pelo mercado, que consideram o valor muito baixo diante do porte do empreendimento.

O leilão da usina hidrelétrica de Jirau, por exemplo, com potência de cerca de 3 mil megawatts, teve preço-teto estipulado de 91 reais o megawatt. Segundo estimativa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Belo Monte teria custo total de 19 bilhões de reais, valor questionado pelas empresas interessadas na obra, que estimam algo em torno de 30 bilhões de reais.
A Odebrecht e a Camargo Correa participaram dos estudos que resultaram no projeto de Belo Monte e no comunicado desta quarta-feira se dispuseram a "contribuir para o sucesso do empreendimento", mas não detalharam de que forma.

O consórcio formado pelas duas empresas era a esperança do governo para que houvesse disputa no leilão de Belo Monte, o que poderia reduzir ainda mais a tarifa esperada. Vence o leilão quem oferece a menor tarifa ao consumidor. Até o momento, o governo tem divulgado que existe interesse da Andrade Gutierrez em consórcio com a Neoenergia, Votorantim, Vale e CPFL Energia.

Um outro consórcio, que teria como líder a Suez Energy do Brasil, vencedora do leilão de Jirau, poderia incentivar a disputa, mas a empresa não comenta o assunto.

Nesta quarta-feira foi encerrado o prazo para que as empresas registrassem na Eletrobras o interesse de ter a estatal com parceira após a realização do leilão, com até 49 por cento de participação no consórcio. Segundo a assessoria da Eletrobras, a adesão ao leilão será divulgada na quinta-feira.

O consórcio encabeçado pela Andrade Gutierrez afirmou, por meio de assessoria de imprensa, que respondeu na semana passada á chamada pública da Eletrobras. Entretanto, o grupo não comenta nenhuma mudança do leilão e diz que está "avaliando as condições" do projeto.

Apesar de ter obtido depois de muita polêmica a licença prévia de instalação da usina junto ao Ibama, o projeto de Belo Monte vem sendo questionado pelo Ministério Público do Pará, que ameaçou entrar na quinta-feira na Justiça contra a obra.

As empresas têm até o dia 14 de abril para registrar na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o consórcio que disputará a usina de Belo Monte.

(Por Alberto Alerigi Jr. e Denise Luna)

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