Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

As conclusões e os objetivos ambiciosos da Cúpula de Cochabamba /// Planet Green - Discovery Channel

Nesta quinta, 22 de abril, terminou a Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra (CMPCC), um evento organizado pelo governo boliviano em resposta ao fracasso da cúpula de Copenhague do ano passado
O resultado foi um documento denominado “Acordo dos Povos”, que apoia o Protocolo de Kyoto e convoca os países desenvolvidos a restaurar a saúde da Terra e reduzir as emissões de carbono em cerca de 50% até 2020. Também defende a criação de um fundo de adaptação para ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar a mudança climática, que seria financiado com a realocação de 6% de seus orçamentos anuais.

Segundo La Razón, a Cúpula concluiu que o aquecimento global está relacionado aos "paradigmas e padrões de conhecimento hegemônico", já que não se trata apenas de uma luta contra as formas de produção, mas também de certas imposições sócio-culturais (por exemplo, não respeitar os conhecimentos ancestrais e impor padrões de consumo).

Diante disso, os países em desenvolvimento deveriam não só assumir sua responsabilidade, mas também mudar seus padrões de consumo por hábitos mais benéficos à “Mãe Terra”.

As discussões também destacaram importância de respeitar técnicas de agricultura campesinas e indígenas, as raízes e conhecimentos ancestrais, além da necessidade de se estabelecer um tribunal climático para punir aqueles que não cumprirem os acordos, informa a BBC Mundo.

As conclusões da cúpula refletem – talvez de forma mais pronunciada – as mesmas preocupações expressadas pela maioria dos países em desenvolvimento durante Copenhague e que não foram refletidas no acordo final da reunião de dezembro.

Resta a pergunta: a cúpula de Cochabamba pode ter algum resultado ou influência concreta sobre o rumo das negociações? Apesar de ter um peso mais simbólico que político, os organizadores anunciaram que levarão suas conclusões para a COP16 de Cancun e convocaram os diferentes movimentos sociais para participar e fazer com que sua vozes sejam ouvidas.

Se os demais países em desenvolvimento se alinhassem aos pedidos mais exigentes de Cochabamba, isso também poderia significar um endurecimento das negociações durante as reuniões prévidas para a COP16. A Bolívia conseguirá firmar sua liderança entre os países emergentes? Potências como Estados Unidos e China voltarão a costurar um próprio acordo próprio? Ainda resta um longo caminho até a COP16.

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